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Sabres ingleses: história, modelos emblemáticos e guia completo para o entusiasta

O que torna um sabre inglês lendário? Imagine a planície coberta pelo nevoeiro, um regimento a galopar e o brilho curvo de uma lâmina a rasgar o ar: os sabres ingleses nasceram para essa conjunção de velocidade, arte da forja e estratégia militar. Este artigo guia-o desde as origens e a estandardização até às réplicas modernas, com análise técnica, comparações e dicas de conservação, tudo para que perceba porque estes sabres marcaram uma era.

Evolução histórica dos sabres ingleses

A estandardização, a influência de oficiais visionários e a adaptação a distintos palcos bélicos transformaram os sabres ingleses em peças chave entre os séculos XVIII e XIX. De seguida, apresentamos uma cronologia detalhada que situa os marcos e modelos que definiram o seu design e uso.

Época Evento
Século XVII
Uso tradicional Os cavaleiros de cavalaria ingleses levavam os seus próprios sabres e equipamento para o combate.
Finais do século Com a profissionalização dos exércitos, os regimentos começaram a fornecer armas aos soldados pagos e os governos estandardizaram o armamento através de contratos estatais.
Finais do Século XVIII (1780s–1790s)
1788 A Junta de Oficiais Generais britânica estabeleceu padrões fixos para a cavalaria pesada e ligeira; primeira tentativa de estandardização com múltiplas variações.

  • Padrão 1788 Cavalaria Pesada: espada reta, aprox. 940 mm, lâmina larga e ponta de lança; empunhadura de aço revestida.
  • Padrão 1788 Cavalaria Ligeira: lâmina curva (810–900 mm), guarda em “D”, bainha de ferro; orientada para o corte.
Junho 1793–1795 Campanha dos Países Baixos: o Major John Gaspard Le Marchant observou a superioridade austro-prussiana e impulsionou melhorias no treino e equipamento da cavalaria britânica.
1793 (Espanha) As “Ordenanzas Generales de la Armada Naval” proibiram espadas e fivelas não douradas para a Armada e Exército; não mencionavam sabres, embora fossem usados por oficiais em abordagens.
1796 Le Marchant publicou um manual de esgrima montada e contribuiu para a primeira academia militar britânica. Introduziu dois modelos chave:

  • 1796 Padrão Cavalaria Pesada (1796P HC): inspirado na pallasche austríaca M1775; produzido em massa, utilizado nas Guerras Revolucionárias e Napoleónicas; arma de corte potente, inicialmente com ponta tipo “machado” por vezes adaptada a ponta de lança.
  • 1796 Padrão Cavalaria Ligeira (1796P LC): sabre hussardo de marcada curva e lâmina que alarga na ponta; excelente para corte. Adotado por aliados e copiado pela Prússia; versões de oficiais com acabamentos e gravuras.
1798 Primeira edição de “The Art of Defence on Foot with the Broad Sword and Sabre” de Charles Roworth, obra de referência para a esgrima de infantaria britânica.
Início do Século XIX (Era Napoleónica e pós‑Napoleónica)
1803 Fabrico do Sabre Britânico Modelo 1803 para Oficial de Infantaria; produtores como Richard Johnston em Londres.
1804 Terceira edição de “The Art of Defence” de Roworth.
Maio 1807 Pelo Tratado de Tilsit, o Reino Unido envia 6.000 sabres modelo 1796 para Colberg (Prússia) para armar húsares de Von Schill e Blücher.
1811 A Prússia copia o sabre britânico de 1796 e começa a fabricar o “modelo 1811” ou “sabre à Blücher”.
1813 A Grã-Bretanha envia 10.000 unidades adicionais de sabres modelo 1796 para a Prússia.
1814 Ramón de Salas afirma que a cavalaria espanhola emprega “espadas e sabres ingleses” de forma generalizada.
1815 (Waterloo) Em Waterloo defrontam-se sabres britânicos de 1796 e prussianos de 1811 (cópias dos ingleses) contra as forças napoleónicas.
1817 O filho de Henry Angelo Senior desenvolve o sistema oficial de espadas de infantaria britânico, baseado na obra do seu pai.
1821 Introdução dos Sabres de Cavalaria Padrão 1821 (pesada e ligeira) que substituem gradualmente os de 1796: padrão pesado (lâmina 905 mm) e ligeiro (aprox. 795 mm); modelos de oficiais mais leves e com lâminas tipo pipeback ou acanaladas.
1824 Quarta edição —considerada a mais completa— de “The Art of Defence on Foot with the Broad Sword and Sabre” de Roworth, publicada em Nova Iorque.
1832 Ángel Laborde (Chefe de Esquadra espanhol) ordena traduzir e publicar uma “Instrução para o exercício do sabre” baseada na Infantaria inglesa, sublinhando o manuseio de armas brancas em abordagens navais.
1833–1840 Guerra Carlista: modelos ingleses de 1796 chegam novamente a Espanha, adquiridos pelo governo espanhol.
Meados do Século XIX
1850 Registos de produção nacional do sabre Modelo 1827 na Fábrica de Toledo, com lâminas datadas de 1850.
1853 Aprovação do sabre britânico “Enfield” (Padrão 1853) para a cavalaria britânica; lâmina de 900 mm.
1853–1856 (Guerra da Crimeia) Alguns húsares ainda usam o 1796P LC. O Padrão 1853, introduzido antes da guerra, foi usado por aproximadamente metade dos cavaleiros na Carga da Brigada Ligeira.
1853–1866 (Espanha) O “Diccionario Ilustrado de Artillería” denomina e ilustra o modelo 1796 de Cavalaria de linha como “Espada Inglesa”.
1857 O sabre de Oficial da Marinha modelo 1827 inglês generaliza-se e é regulamentar para certos oficiais da Armada espanhola; posteriormente denominado “modelo 1857” na tabela da Fábrica de Toledo (1871).
1861–1865 (Guerra Civil Americana) Grandes volumes do Padrão 1853 foram vendidos a Confederados e Unionistas; cutlasses navais britânicos superaram os do Sul.
Finais do Século XIX e Século XX
1864 As guardas dos sabres Padrão 1853 são modificadas para designs de “bowl”.
Década de 1870 Alguns regimentos continuaram a usar o Padrão 1853.
1881 O Brigadeiro Barrios confirma a regulamentação do sabre Modelo 1857 para determinados corpos de oficiais da Armada espanhola.
Início do Século XX O sabre deixa de ser arma de combate principal e passa a ter um papel maioritariamente ceremonial em desfiles e tradições militares.
1931 (Espanha) Após a proclamação da República, a coroa real na guarnição do sabre “Md. 1857” é substituída por uma coroa mural.
Depois da Guerra Civil Espanhola (1936–1939) Produz-se uma espada‑sabre para a Armada com lâmina modelo Puerto‑Seguro e uma coroa imperial sobre a âncora.

Modelos chave e por que importam

Os modelos 1796 (ligeiro e pesado), o padrão 1821 e o Padrão 1853 marcam a evolução britânica: desde a aceitação da curva como vantagem para o cavaleiro até à procura de um equilíbrio entre corte e estocada. Estes designs influenciaram aliados e adversários, e o seu estudo ajuda a identificar peças originais e réplicas fiéis.

Comparativa técnica rápida

Modelo Comprimento lâmina (aprox.) Curvatura Uso preferencial
1796 Cavalaria Ligeira ~810–900 mm Curva pronunciada Cortes a partir do flanco do cavalo; polivalente para estocar ligeiramente
1796 Cavalaria Pesada ~940 mm Menos curva, mais reta Golpe contundente e estocada em formações
Padrão 1821 (ligeiro/pesado) ~795 / 905 mm Curvatura moderada Compromisso entre corte e estocada; versões de oficiais mais polidas
Padrão 1853 (Enfield) ~900 mm Curvatura moderada Design para contexto moderno e naval; equilíbrio funcional
1796 Cavalaria Ligeira
  • Comprimento lâmina: ~810–900 mm
  • Curvatura: pronunciada
  • Uso tático: cortes eficazes a partir da sela do cavalo.
1796 Cavalaria Pesada
  • Comprimento lâmina: ~940 mm
  • Curvatura: suave
  • Uso tático: quebra de formações e estocadas.

Como reconhecer um sabre inglês autêntico ou uma réplica fiel

Identificar um sabre inglês requer observar a lâmina, a guarda, a empunhadura e a bainha. A lâmina costuma ser fabricada em aço carbono com sulcos em muitos padrões; a guarda varia de simples guardas a copas completas, dependendo do modelo e da data. As versões de oficiais apresentam frequentemente gravuras e melhores acabamentos.

Detalhes chave a inspecionar:

  • Marca ou selo do fabricante: alguns fabricantes ingleses e continentalmente aceites deixam marcas datadas.
  • Tipo de lâmina: acanalada (fuller) ou pipeback; a presença de fuller e o seu tratamento ajuda a identificar período e padrão.
  • Empunhadura: madeira estriada e couro ou empunhaduras com arame; os oficiais normalmente têm empunhaduras mais ornamentadas.
  • Bainha: ferro ou couro reforçado com pontas de latão, dependendo da época.
Sable inglês séculos 17 a 18
Sabre inglês séculos XVII – XVIII

Aqui insiro uma réplica histórica para que visualize as proporções:

Fabrico e materiais: o que fez perdurar estes sabres

O ofício do cuteleiro na Grã-Bretanha combinou tradição e adaptação tecnológica. Embora muitas lâminas fossem de aço carbono, a forja, têmpera e revenido determinavam a flexibilidade e o fio. O aço com alto conteúdo de carbono que se menciona em numerosos catálogos atuais reproduz essa aparência e comportamento.

Elementos da construção:

  • Aço carbono: confere dureza ao fio e maleabilidade durante a têmpera; exige manutenção para evitar corrosão.
  • Guardas e suportes: latão, ferro ou aço, desenhadas para proteger a mão ou para facilitar o uso rápido na montada.
  • Bainhas: couro com reforços metálicos ou bainhas completamente metálicas; as pontas de latão eram comuns e decorativas, além de práticas.
Sabre inglês século XVII-XVIII
Sabre inglês século XVII-XVIII

Tática e técnica: o uso do sabre em combate montado

O sabre é, por excelência, a arma do cavaleiro. A sua curvatura é pensada para transformar a inércia em corte limpo; o comprimento permite manter distância ou golpear da cauda do cavalo sem perder controlo. Manuais da época e tratados de esgrima estabeleceram exercícios e ataques que otimizavam a vantagem da montada.

  • Golpe de talho: aproveitando a trajetória do cavalo para multiplicar a força.
  • Estocada curta: em modelos com ponta de lança procurava-se penetrar no alvo vulnerável.
  • Defesa com guarda: as guardas fechadas protegiam do contra-ataque e permitiam recuperar a posição com rapidez.

A técnica evoluiu de acordo com o palco: em planícies europeias favorecia o corte a galope; em espaços fechados ou navais, predominavam sabres mais curtos e manobráveis.

Réplicas, conservação e colecionismo

Hoje, os sabres ingleses são reencontrados como réplicas para recriação histórica, práticas de esgrima histórica e colecionismo. Uma réplica bem feita respeita dimensões, curvatura e acabamentos, e usa materiais que emulam a sensação do original.Sabre inglês séculos 17 e 18

Dicas para conservar réplicas e peças históricas:

  • Limpeza regular: limpar o fio com óleo protetor após cada manipulação e eliminar vestígios de humidade.
  • Armazenamento: evitar humidade e contacto prolongado com couro em mau estado; usar suportes que não deformem a lâmina.
  • Restauro mínimo: procurar especialistas para qualquer reparação; conservar pátinas históricas quando pertencem a peças autênticas.

Comparativa para colecionadores

Aspeto Peça histórica Réplica moderna
Material Aço forjado com tratamentos históricos Aço carbono ou aço inoxidável temperado, dependendo da finalidade
Detalhes Gravuras e pátinas originais Acabamentos decorativos; alguns modelos reproduzem gravuras
Uso Decorativo/coleção, ocasionalmente funcional Recriação, prática de artes marciais históricas, exposição
Peça histórica
  • Material: aço forjado
  • Função: original de combate e valor histórico
Réplica moderna
  • Material: aço carbono ou inoxidável
  • Função: prática e estética

Como escolher uma réplica ou peça para a sua coleção

Escolha de acordo com a finalidade: exibição, prática ou estudo. Priorize a fidelidade dimensional para práticas históricas e a qualidade da têmpera se a usar em exercícios. Evite peças com corrosão extensa ou modificações que alterem a integridade estrutural.

Se procura especificidade, identifique o padrão (1796, 1821, 1853) e compare comprimentos e curvaturas. As descrições técnicas e selos são o seu melhor guia. Em muitos catálogos modernos encontrará indicações do fabricante e da composição—utilize-as para comparar.

Recursos para aprofundar

Livros da época, manuais de esgrima e catálogos de fabricantes históricos oferecem a base documental para entender o design e uso dos sabres ingleses. Também os tratados militares e os inventários de arsenais facilitam rastrear como as peças viajaram e se adaptaram a outros exércitos.

Depois de ter revisto história, técnica e conservação, deixo-lhe um conjunto de réplicas selecionadas e categorias relacionadas para que explore em detalhe:

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Os sabres ingleses são mais do que ferramentas de guerra: são peças de engenharia, tradição e estética. Conhecer a sua evolução, distinguir os padrões e preservar réplicas ou originais conecta-o com uma história de técnica e bravura que ainda ressoa. Se aprecia o artesanato e a história, estudar estes sabres dar-lhe-á chaves para entender não só a guerra, mas também a cultura material de uma época que continua a inspirar.