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Peles vikings e medievais: história, usos e legado na indumentária

Imagina uma capa forrada com peles que, ao caminhar, estala e lembra a esteira de um barco viking? Dos fiordes gelados aos souks de Córdova, as peles vikings e medievais foram mais do que um agasalho: são testemunhas de comércio, poder e ofício.

Neste artigo, irás descobrir como as peles eram usadas na vida quotidiana e na guerra, que tipos indicavam estatuto social, como eram processadas e que marca deixaram na arte do couro medieval peninsular. Guiarei-te entre crónicas, oficinas e rotas comerciais para que entendas porque continuamos fascinados por estes materiais hoje em dia.

Peles e couros: uso, comércio e técnicas desde a Era Viking até à Idade Moderna

Época Evento
Idade da Pedra e primeiros usos
Idade da Pedra As peles de animais eram utilizadas como subproduto da caça; tornavam-se mais duráveis através de fumagem ou aplicação de gorduras para confecionar vestuário e abrigos.
Era Viking (c. 700 – 1066 d.C.)
c. 700 As populações escandinavas encontram-se num período de consolidação; as peles fazem parte da indumentária e da economia local.
Finais do século VIII Os vikings vestem capas grossas de lã; a roupa é confecionada com lã, linho e peles de animais para agasalho e proteção.
Depois de 793 O erudito cristão Alcuíno critica cristãos que imitam a moda viking, assinalando a atenção à aparência e a frequente renovação de vestuário.
Século IX (início e auge) O comércio internacional intensifica-se; entre as mercadorias trocadas entre o mundo árabe e a Europa figuram artigos de couro e peles. No imaginário guerreiro surgem termos como berserker (possível derivação de “pele de urso”) e ulfhednar (guerreiros com pele de lobo).
Século X A pele de castor torna-se símbolo de riqueza para a elite dinamarquesa; as peles exóticas servem como marcadores visíveis de estatuto pela sua capacidade de aquecimento e caráter não nativo.
Séculos X–XI Os vikings exportam peles apreciadas pela sua durabilidade e capacidade isolante; as peles são também usadas em vestuário (casacos, capas, gorros, luvas), tendas e mantas, e como bens de troca.
1002 (século XI) O cronista inglês João de Wallingford justifica atos contra dinamarqueses, argumentando o seu atrativo e sofisticação, assinalando o seu cuidado pessoal e frequente troca de vestuário (indicador do uso e relevância da roupa e peles).
Plena e Baixa Idade Média (séculos XII–XV) — ênfase na península ibérica
Etapa islâmica (Al-Andalus, séculos VIII–XIII) Na cora de Tudmir (Múrcia) e em Córdova desenvolvem-se técnicas orientais de trabalho da pele: cordovões, badanas e couros artísticos (guadamacis) com modelagem, gravação, repuxado e estampado.
Século XII Referências sobre calças femininas de linho ou lã fina (às vezes seda); a moda mostra maior requinte e uso eventual de forros e detalhes em pele.
Finais do século XII–inícios do XIII Influências andaluzas na moda feminina: peças de vestuário forradas interiormente com pele (peliz); capas forradas com peles luxuosas como arminho, marta ou lontra. O cordovão (pele de cabrito curtida) é valorizado para calçado e adornado com filigranas e repuxado.
Meados do século XIII (Múrcia) Afonso X reorganiza a cidade estabelecendo a Adoberia/Brancaria extramuros e a Rua da Pelaria intramuros, separando o curtimento da venda e artesanato.
Século XIII (geral) As leis sumptuárias começam a limitar o uso de peles luxuosas (arminho, lontra) por judeus e mouros, regulando o consumo segundo o estatuto e origem religiosa.
1272 (Múrcia) Afonso X concede isenção fiscal para a exportação de artigos de pele e couro, mas proíbe a saída de matérias-primas em bruto (peles e couros); a pele de coelho é amplamente usada entre as classes populares.
Século XIV O sistema de corporações regula a curtidoria, separando produção e transformação e criando ofícios especializados: curtidores de couro branco, vermelho, camurça e preparadores de peles.
1329 (Valência) Documentadas corporações relacionadas com o couro e a pele: sapateiros, peleiros, pergaminheiros, curtidores e atanhadores.
1339 (Múrcia/Castela) Proibição de retirar lã e peles de ovelha e carneiro do reino se a capital não estiver suficientemente abastecida; medidas de controlo do abastecimento local.
1351 (Castela) Pedro I promulga o “Ordenamento de menestrais”, taxando preços e salários de ofícios como o peleiro, regulando o artesanato do couro.
1364 (Múrcia) É emitida a regulamentação artesanal mais antiga conservada na região para melhorar a qualidade do couro e proibir que os sapateiros realizem o curtimento.
Meados do s. XIV – finais do s. XV (Múrcia) Os ofícios do couro desenvolvem-se corporativamente: concentração do curtimento nas “ruas das adoberias”, com a Judiaria mantendo um papel destacado e, por vezes, quase monopolístico no trabalho de peles em certas localidades.
1456–1457 (Reino de Valência) Valência proíbe a entrada de couros curtidos estrangeiros, afetando produtores em Castelló e levando a tentativas de coordenação entre centros produtores face a medidas protecionistas.
1459 (Múrcia) É documentado pela primeira vez o ofício de fabricante de chapins; são reguladas as atacadores (correias) feitas de peles de veado, cordeiro, ovelha, cabrito, carneiro e gato.
Meados do século XV É documentada a necessidade de importar peles; em Múrcia compram-se couros bovinos e ovinos a mercadores galegos em Cartagena, refletindo redes comerciais internas.
1481 (Múrcia) É ordenada o isolamento físico da rua das Adoberias em relação ao bairro judeu, forçando a procura de novos espaços de curtimento fora da Judiaria.
1498 (Múrcia) Ordenanças de peleiros ratificam que apenas os do ofício podem comprar couros e peles em bruto na cidade para garantir o abastecimento local e o controlo corporativo.
Transição para a Idade Moderna e época contemporânea precoce
Inícios do século XVI A produção de peles e couros consolida-se como uma das atividades mais desenvolvidas na entrada da Idade Moderna; o curtimento desloca-se em Múrcia para zonas próximas da Porta Nova e da Porta das Menoretas.
1805 Cayetano Miguélez publica “Arte de Curtir ó Instruccion General de Curtidos”, a primeira obra em castelhano destinada a descrever detalhadamente o estado do setor curtidor em Espanha.

Peles vikings: usos, técnicas e simbologia

Nas paisagens do norte, a pele era tanto ferramenta como emblema. Os vikings forjavam agasalhos, capas e barretes que resistiam ao vento gélido; também usavam peles como mantas e tapetes dentro das suas longhouses. Para o guerreiro, uma capa de urso ou de lobo não só agasalhava: contava uma história de caça e valor.

  • Tipos habituais: ovelha, rena, lobo, raposa e urso; o castor e a marta apareciam como sinais de estatuto.
  • Processamento: esfolamento, raspagem, curtimento com casca de carvalho ou gorduras animais, secagem ao ar ou fumagem.
  • Comércio: rotas que uniam a Escandinávia com Rus’, Bizâncio e o mundo árabe, transformando peles locais em bens de luxo exportáveis.

Por que algumas peles eram símbolos de poder?

Porque a raridade e a proveniência contavam tanto quanto o agasalho: uma pele de castor importada do leste ou uma estola de raposa preta trazida por mercadores exóticos falava de vastas redes comerciais e recursos para os custear. Tu, que procuras autenticidade, reconhecerás em cada textura um mapa de contactos e prestígio.gorjal-piel-de-gacela

Peles na arte do couro medieval: Córdova, Múrcia e os ofícios

Desde os curtidores aos atanhadores, a cadeia produtiva medieval era complexa e regulada. Em Al-Andalus, em cidades como Córdova, o trabalho do couro foi elevado à arte com técnicas de repuxado e policromia que hoje continuam a inspirar réplicas históricas.

Na Península Ibérica, a especialização deu origem a materiais com nome próprio: cordovão (pele de cabra para calçado fino), badana para peças suaves e bovinos para solas resistentes. Os grémios controlavam a qualidade e a venda: o vestuário do nobre e do sapateiro nasciam de mãos distintas.

Tipos de peles e seus usos práticos

Para te orientares como artesão ou amador, aqui tens um guia breve sobre as peles mais usadas e a sua função tradicional. Esta classificação ajudar-te-á a identificar por que uma pele vale mais que outra e como cuidar dela.

  • Bovinos: grossos e resistentes; solas e equipamento bélico.
  • Cordovões (cabrito): calçado de luxo e artigos finos de couro.
  • Badana (carneiro/ovelha): forros, luvas e peças delicadas.
  • Peles ovinas: forros de casacos, zamarros.
  • Coelho e pequenos: roupa popular e enchimentos.

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Como se trabalhavam e conservavam as peles

O curtimento tradicional combinava paciência e saber: limpeza, pelagem, imersão em banhos com cascas ou substâncias curtientes e, finalmente, untagem. A secagem ao ar e a fumagem completavam o processo para evitar a podridão e preservar a flexibilidade.

Nas oficinas medievais, empregavam-se óleos e gorduras para proteger o couro; hoje empregamos alternativas modernas, mas os princípios continuam a ser os mesmos: penetração, proteção e manutenção.

Tipo de óleo Características principais Uso recomendado
Óleo mineral Alta penetração, não se degrada nem atrai sujidade Proteção regular e manutenção
Óleo de camélia Natural, livre de ácidos, não volátil Proteção antioxidante, lubrificação
Massa de lítio Densa, duradoura, não evapora Armazenamento prolongado, proteção

Legado social: leis, ofícios e restrições

As peles não só aqueciam corpos; marcavam hierarquias. Leis sumptuárias proibiam certas classes ou minorias de usar peles luxuosas como marta ou arminho. As oficinas organizavam-se em grémios e as adoberias localizavam-se extramuros devido ao cheiro e à contaminação da água.

Este emaranhado legal e social configurou paisagens urbanas, ofícios especializados e redes comerciais que ainda hoje reverberam na forma como valorizamos estes materiais.

bolsasbraceletescalçadocintosluvaspolainaschapéus e gorrostalabartesbainhas para as espadas

Resolve as tuas dúvidas sobre as peles na vestimenta viking e a moda medieval

Que tipos de peles eram mais comuns na vestimenta viking?

capa-piel-de-cabra-oscuraOs tipos de peles mais comuns na vestimenta viking incluíam peles de ovelha, rena, lobo, raposa e urso. Cada uma tinha usos específicos: peles de ovelha e rena para roupa quente e isolamento; peles de lobo para peças resistentes; peles de raposa para adornos e luxo; e peles de urso para capas cerimoniais e símbolos de estatuto. Além disso, algumas peles exóticas como a de castor também eram usadas por vikings de alto escalão para mostrar estatuto social. Estas peles combinavam-se com couro para proteção contra o frio e para acessórios como sapatos e cintos.

Como as peles influenciavam a aparência física dos vikings?

As peles influenciavam a aparência física dos vikings ao proporcionar-lhes uma vestimenta visível que oferecia calor, proteção e ainda refletia o seu estatuto social. O uso de peles de animais como ursos, lobos ou raposas transmitia uma imagem ligada tanto à funcionalidade como ao simbolismo cultural e de poder, destacando-se na sua indumentária e diferenciando quem as usava de acordo com o seu escalão ou riqueza. Portanto, as peles não só ajudavam a proteger o seu corpo em climas frios, mas também influenciavam como eram percebidos visualmente dentro da sua sociedade e noutras culturas.

Que diferenças existiam na escolha de peles entre os vikings do norte e do oeste da Escandinávia?

Não existem evidências explícitas e detalhadas que especifiquem diferenças na escolha ou uso de peles entre os vikings do norte da Escandinávia e os do oeste (por exemplo, Noruega/Suécia em comparação com Dinamarca). A informação disponível indica que os vikings utilizavam peles de diversos animais —ovelha, rena, lobo, raposa e urso— de acordo com as suas características térmicas ou de resistência, mais do que com uma distinção geográfica clara entre as regiões norte e oeste da Escandinávia.

As peles tinham usos práticos e simbólicos comuns em toda a Escandinávia, funcionando para agasalho, fabrico de roupa, mantas, e como símbolo de estatuto. A proporção em que eram usadas podia variar de acordo com a disponibilidade local e a função, mas não há dados específicos sobre diferenças rígidas entre vikings do norte e do oeste na escolha de peles.

Quanto a variações físicas como cor de cabelo, deteta-se uma distinção: predominância de cabelo loiro no norte (Estocolmo, Suécia, Noruega) e ruivo no oeste (Dinamarca), mas isso não está diretamente associado a diferenças no uso de peles.

Que papel desempenhavam as peles na moda medieval?

As peles na moda medieval tinham um papel crucial como símbolo de estatuto e luxo, além da sua função prática para agasalhar. Usavam-se peles finas e caras como arminho, marta-zibelina e raposa para adornar peças de vestuário da nobreza, enquanto peles mais humildes serviam para proteger do frio pessoas de menor estatuto. Além de vestuário, as peles também eram empregadas em acessórios e como indicador social visível na indumentária. Assim, as peles combinavam utilidade térmica com um forte valor social e estético na moda medieval.

Como se utilizavam as peles na arte do couro medieval?

Na arte do couro medieval, as peles e os couros eram empregados de forma essencial tanto em objetos utilitários como em artigos de luxo. As peles mais rudes e de origem local —como lebre, veado, boi, cordeiro ou cabra— eram usadas para criar produtos de uso diário: calçado, bolsas, cintos, arreios de montar, arreios, encadernações de livros, bainhas de facas e até peças de armadura ligeira. O couro destacava-se pela sua resistência e durabilidade, o que o tornava um material indispensável para a vida quotidiana e o trabalho.

Por outro lado, as peles mais finas e exóticas —como a marta ou o arminho— eram importadas para confecionar acessórios e adornos para a indumentária nobiliária, especialmente em golas e mangas, refletindo assim o estatuto social. Na Baixa Idade Média, cidades como Córdova tornaram-se célebres pela produção de couros repuxados, policromados e metalizados, destinados a artigos de luxo e ornamentação.

O processo de curtimento era fundamental: realizava-se em tinturarias urbanas, onde profissionais transformavam as peles em couro, que depois eram trabalhadas por sapateiros, seleiros e outros artesãos. Além disso, no sul de Espanha, sob domínio árabe, desenvolveram-se técnicas avançadas de marroquinaria, incluindo o repuxado e a aplicação de metais preciosos. Assim, o couro não era apenas um material prático, mas também um símbolo de distinção e destreza artesanal.

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A história das peles vikings e medievais é a história de mãos que transformam o selvagem em útil e belo. Se te move a autenticidade, explora as peças que mantêm viva essa tradição: cada fibra, cada curtimento, cada costura é uma ponte entre tempos.