Não hesite em contactar-nos. Somos especialistas em Bolsas Medievais: Uma Viagem Pela História e Autenticidade para Recriadores e teremos todo o prazer em ajudá-lo.
✏️ Chat | ⚔️ WhatsApp: (34) 690268233 | 📩
Email

Bolsas Medievais: Uma Viagem Pela História e Autenticidade para Recriadores

Imagina um mundo sem bolsos, onde cada objeto pessoal tinha de ser transportado com engenho e estilo. Na Idade Média, esta era a realidade, e é aqui que a algibeira, então conhecida como escarcela, forjou a sua lenda. Mais do que um simples acessório, era uma necessidade vital, um companheiro inseparável de viajantes, mercadores e cavaleiros. Hoje, para os entusiastas da recriação histórica, a algibeira medieval é a ponte que une o presente a um passado épico, não só pela sua praticidade, mas pelo profundo valor da autenticidade que encerra.

Da bolsa no cinto à algibeira: um percurso histórico

A prática de levar objetos pessoais presos à cintura — desde bolsas pré-históricas até à algibeira contemporânea — tem sido constante e adaptou-se a mudanças tecnológicas, sociais e de moda. Em seguida, apresenta-se uma cronologia resumida da sua evolução.

Época Evento
I. Origens antigas (c. 3300 a.C. – Século V d.C.)
c. 3300 a.C. (Pré-história) Documenta-se o uso de bolsas presas à cintura; a múmia de Ötzi, o Homem do Gelo, foi encontrada com um cinto que continha uma bolsa para guardar pertences.
Antiguidade Hieróglifos egípcios mostram homens com bolsas na cintura; na mitologia grega, Perseu carrega uma bolsa na sua missão; indígenas americanos usavam bolsas de pele de búfalo atadas ao vestuário.
Idade do Ferro (Povos celtas) Os celtas utilizavam uma pequena “bolsa” presa ao cinto, feita de pele ou lã e muitas vezes adornada com metais, para levar objetos pessoais e joias.
II. A Idade Média: a escarcela e o cinto (Séculos V–XV)
Século IX (Vikings) Bolsas como a Bolsa Birka, geralmente de couro e usadas no cinto, utilizadas por vikings e populações do norte e centro da Europa.
Finais do séc. IX – inícios do séc. X (York) Achados anglo-escandinavos: restos de calçado e uso de broches tipo “coffee-bean toggle” que também foram empregados noutros acessórios de fixação.
c. 930/5–c. 975 e séc. X–XI Popularidade de calçado abotoado com toggles e abas; contexto material que acompanha o uso de bolsas de cintura na região.
Época medieval (geral) Surge o termo escarcela/bolsa: pequenas bolsas presas ao cinto para esmolas ou objetos quotidianos (rosários, pentes, lenços). Usadas por homens e mulheres, confeccionadas em tecidos luxuosos ou materiais humildes, dependendo do estatuto.
Século XIII Na arte multiplicam-se as representações de bolsas atadas à cintura (tasses/tassettes) que substituem os bolsos; prendem-se com atacadores.
Século XIV Diferenciação: bolsa cinto de couro (homens) e bolsas penduradas com alça ou cabide (ambos os sexos da classe alta). A escarcela pode fechar-se com cordão.
Século XV (Andaluzia) Existência de barjoletas: recipientes de couro (pele de cabra ou cordovão) fechados com cadeados e chaves; também se usam bolsas de pele de cabrão e peles comuns.
III. Inícios da Modernidade e transição para a mala de mão (Séculos XVI–XIX)
Século XVI A moda com vestidos volumosos dificulta a visibilidade das bolsas; aparecem bolsinhas interiores nos vestidos; os homens incorporam bolsos cosidos.
Século XVII Consolidação: homens com bolsos integrados; mulheres com bolsos desmontáveis ocultos sob anáguas, acessíveis por aberturas (grandes, até 40 × 30 cm).
Finais do séc. XVIII (Estilo Império) Moda do vestido camisa impede bolsos ocultos; surge o retículo (reticŭlus) em França: mala pequena de mão visível.
Princípios do séc. XIX O retículo (ridículo em Espanha) torna-se um acessório feminino habitual, levado no pulso ou preso com cordões; a sua visibilidade foi considerada escandalosa para alguns setores.
1828 Documentação em Londres do termo châtelaine para correntes de acessórios que pendem do cinto (derivado da função de portar chaves).
Meados–finais do séc. XIX (c. 1860–1880) Popularidade da châtelaine, associada à moda do polisón e ao realce de cintura/anca; modelos de seda bordada aparecem por volta de 1880. Em Espanha usam-se termos como escarcela ou limosnera (1870–1880).
Finais do séc. XIX – século XX (antecedentes modernos) Evolução para malas de mão e peças penduradas que continuam a função prática das bolsas de cintura, prefigurando formas modernas de transportar objetos.
IV. Época contemporânea (Finais do séc. XX – século XXI)
Finais do séc. XX (anos 1980–1990) A algibeira moderna atinge o seu auge de popularidade: design compacto para cintura/anca e uso prático para dinheiro e objetos pessoais; associa-se amplamente com turismo e lazer.
Finais do séc. XX – princípios do séc. XXI Após o seu apogeu, a algibeira cai em descrédito popular, convertida em estereótipo do turista fora de moda.
Últimos anos Ressurreição como moda retro e irónica: a algibeira volta a popularizar-se entre jovens e reaparece em coleções de alta costura; além do uso na cintura/anca, populariza-se levá-la cruzada sobre o peito ou as costas.

A Essência da Autenticidade: Materiais Genuínos em Bolsas Medievais

Para o recriador, a busca pela autenticidade é uma viagem constante. No coração de cada algibeira medieval encontram-se os materiais, testemunhas silenciosas da arte de uma era. O couro, o linho e o algodão, trabalhados com técnicas que foram transmitidas ao longo dos séculos, não só oferecem uma estética fiel, mas também a resistência e durabilidade que definiram estes objetos no seu tempo.

O Couro: Resistência e Legado Histórico

O couro era o material por excelência na Idade Média para bolsas e algibeiras. Desde a robustez do couro suíno em peças vikings até à suavidade do cordovão (pele de cabra curtida) nas barjoletas andaluzas, a sua versatilidade era inigualável. Os métodos de curtume vegetal com taninos extraídos de plantas asseguravam uma durabilidade que hoje emulamos com profundo respeito. Réplicas como a algibeira viking de Birka, com os seus motivos magiares e a sua correia de fecho, falam-nos de um passado onde cada detalhe tinha um significado.

Tecidos Naturais: Linho, Algodão e Lã

Embora o couro dominasse, os tecidos naturais também tinham o seu lugar. O linho e o algodão ofereciam respirabilidade e uma leveza que complementava o vestuário medieval. Em alguns casos, utilizava-se lã de ovelha, especialmente nas “bolsas” celtas, adicionando textura e calor. Estes materiais não só eram escolhidos pela sua disponibilidade, mas pela sua capacidade de serem moldados e adornados com bordados ou elementos metálicos que refletiam o estatuto social do seu portador.

Design e Confeção: Selos de Maestria Artesanal

As algibeiras medievais eram peças funcionais, mas também obras de arte. O seu design variava desde simples sacos presos ao cinto de camponeses, até peças ricamente ornamentadas para a nobreza. Fechaduras de ferro com chave nas barjoletas, botões de seda, ouro ou prata, e bordados heráldicos ou inspirados na natureza adornavam as bolsas dos mais abastados. No século XIII, inclusivamente os botões de fecho converteram-se em elementos decorativos, guarnecendo as bolsas com pigmentos vermelhos, verdes, brancos ou pretos.

Algibeiras hoje: Autenticidade e Recriação

No mundo da recriação histórica e LARP, a autenticidade é essencial. As algibeiras modernas para estes eventos procuram replicar fielmente os designs e materiais originais, baseando-se em evidências arqueológicas e textos de ofícios. Embora existam opções de couro sintético mais económicas, os verdadeiros entusiastas valorizam as peças elaboradas com couro tratado tradicionalmente, linho ou algodão, que não só capturam a essência estética, mas também a sensação e durabilidade de uma peça genuína do passado.

Além da fidelidade histórica, as algibeiras atuais para recriação também priorizam o conforto e a funcionalidade. Correias ajustáveis, designs ergonómicos e compartimentos adaptados às necessidades modernas (para telemóveis ou chaves, por exemplo) são integrados cuidadosamente sem sacrificar a estética medieval. É um equilíbrio entre o rigor histórico e a praticidade do século XXI.

Resolve as tuas dúvidas sobre as algibeiras medievais e modernas

Quais são os materiais mais comuns para fabricar algibeiras medievais?

Os materiais mais comuns para fabricar algibeiras medievais eram o couro e tecidos naturais como o linho e o algodão. O couro era usado principalmente pela sua durabilidade e resistência, enquanto os tecidos naturais proporcionavam textura e funcionalidade, como respirabilidade e certa resistência. Também a lã era comum em vestuário exterior medieval, embora para bolsas e algibeiras, o couro e o linho predominassem.

Que técnicas de curtume eram utilizadas na Idade Média?

Na Idade Média, as técnicas de curtume baseavam-se principalmente no curtume vegetal com taninos, usando extratos de plantas como noz-de-galha, carvalho e sumagre para transformar as peles em couro durável e resistente. O processo incluía várias etapas: demolha para limpar e recuperar humidade, caleação com leite de cal para soltar as fibras e remover pelo, raspagem para retirar restos de gordura e carne, seguida da imersão em banhos de taninos para curtume.

Também se utilizavam tratamentos com gorduras e óleos para impermeabilizar e suavizar o couro, e empregavam-se soluções alcalinas e louros para remover pelo, por vezes com a ajuda de estrume para amolecer as peles.

Este trabalho era realizado em oficinas especializadas que compravam peles por curtir, limpavam-nas, preparavam-nas e curtiam-nas usando este método artesanal de múltiplas etapas, muito laborioso mas eficaz para produzir couro utilizável em vestuário, calçado, armaduras e objetos quotidianos. Além disso, aplicavam-se tintas naturais para dar cor ao couro.

As técnicas medievais de curtume incluíam:

  • Demolha em água para limpeza e reidratação
  • Caleação com leite de cal para eliminar pelo e epiderme
  • Raspagem mecânica para remover carne e gordura
  • Curtume vegetal com taninos de plantas (galhas, carvalho, sumagre)
  • Aplicação de gorduras e óleos para suavizar e impermeabilizar
  • Tingimento com pigmentos naturais para coloração

Estas técnicas foram a base para a produção de couro na Idade Média, reguladas por corporações e desenvolvidas dentro de oficinas especializadas.

Como os artesãos medievais garantiam a autenticidade dos seus produtos?

Os artesãos medievais garantiam a autenticidade dos seus produtos através da elaboração manual com técnicas tradicionais transmitidas de geração em geração, mantendo segredos artesanais e prestando especial atenção à qualidade, materiais e acabamentos que refletiam o seu ofício especializado. Além disso, a maioria do trabalho era realizada diretamente pelo artesão ou com ajuda mínima de familiares ou aprendizes, evitando a produção em massa ou a revenda para garantir que cada peça fosse única e genuína. Também era comum apresentar e vender os produtos em mercados ou feiras onde o artesão estava presente, o que facilitava a verificação direta do trabalho e a autenticidade.

Que diferenças há entre as algibeiras medievais e as modernas?

As principais diferenças entre as algibeiras medievais e as modernas podem ser resumidas nos seguintes aspetos:

Materiais e fabricação

  • Medievais: Eram elaboradas principalmente de couro, tecido ou peles de animais (cabra, vaca), e as de maior riqueza podiam incluir bordados em seda, fios de ouro, prata e pedraria. A confeção era artesanal, utilizando técnicas tradicionais e materiais naturais.
  • Modernas: Costuma predominar o couro, o couro sintético, a lona e outros têxteis industriais. O uso de materiais sintéticos e processos de fabricação industrializados permite variedade e menor custo.

Design e estética

  • Medievais: A sua função era tão importante como o seu estatuto social, pelo que existiam modelos simples para o povo e outros muito ornamentados para a nobreza, com motivos heráldicos, bordados e elementos decorativos. As formas eram básicas, geralmente em forma de saco ou pequena bolsa, e eram usadas penduradas no cinto ou com uma correia de couro.
  • Modernas: O design é muito mais variado e funcional, adaptando-se a usos urbanos e desportivos. Predominam a simplicidade e a tecnologia, com fechos seguros, múltiplos bolsos e compartimentos, e detalhes práticos como correias ajustáveis e refletores.

Função e uso

  • Medievais: A sua principal função era guardar moedas e pequenos objetos pessoais, especialmente durante viagens ou na vida quotidiana. O uso era tanto prático como simbólico, refletindo a posição social do portador.
  • Modernas: Além de transportar objetos pessoais, integram funções tecnológicas (compartimento para telemóveis, USB, dispositivos eletrónicos) e são projetadas para atividades desportivas, festivais, viagens e uso urbano diário, priorizando o conforto e a segurança.

As algibeiras medievais eram acessórios de couro ou tecido, artesanalmente elaborados e diferenciados por estatuto social, enquanto as modernas respondem à indústria massiva, à tecnologia e ao estilo de vida contemporâneo, oferecendo maior funcionalidade, variedade de materiais e designs adaptados a novos usos.

Que papel as algibeiras desempenhavam na vida quotidiana medieval?

As algibeiras desempenharam um papel fundamental na vida quotidiana medieval como solução prática ao problema de levar objetos pessoais, uma vez que a roupa da época geralmente carecia de bolsos. Estas pequenas bolsas, normalmente de couro ou tecido, prendiam-se ao cinto e permitiam transportar coisas como dinheiro, documentos, chaves ou pertences pequenos, mantendo as mãos livres, o que era especialmente útil para viajantes, artesãos e comerciantes.

Além da sua função prática, as algibeiras também podiam ser um reflexo do estatuto social: enquanto os camponeses usavam modelos simples e funcionais, a nobreza frequentemente levava designs mais elaborados e materiais de maior qualidade, inclusive decorando as suas bolsas com tecidos como veludo ou detalhes em metal. Assim, a algibeira não era apenas um acessório quotidiano, mas também um símbolo de distinção e gosto pessoal.

É um portal tangível para um passado onde a funcionalidade se unia à expressão pessoal e ao estatuto. Para o recriador, compreender os seus materiais, a sua evolução e o seu significado é fundamental para construir uma representação autêntica da vida medieval. Assim, equipados com o conhecimento e a réplica perfeita, poderão caminhar pelos passos da história, revivendo a essência de uma era lendária.

VER BOLSAS MEDIEVAIS EM COURO | VER ESCARCELAS MEDIEVAIS | BOLSAS CELTAS | BOLSAS VIKINGS