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Cinco Bolsas Medievais Essenciais para Todo o Reencenador: História e Estilo

Alguma vez se perguntou como os homens e mulheres da Idade Média guardavam os seus pertences? Numa época sem bolsos como os conhecemos hoje, a bolsa não era um simples acessório, era uma extensão vital do indivíduo, um reflexo do seu estatuto e um companheiro indispensável na vida quotidiana. Aventure-se connosco no fascinante mundo das bolsas medievais e descubra os cinco tipos essenciais que todo o entusiasta da reconstituição histórica deve conhecer para completar o seu traje com autenticidade e estilo.

A Evolução da Bolsa Medieval: Um Olhar Através do Tempo

As bolsas e os porta-moedas foram um complemento indispensável desde os primeiros dias da Alta Idade Média até ao final da época. A sua função e design evoluíram juntamente com a sociedade, adaptando-se às necessidades e modas de cada século. Das simples pouchs celtas às elaboradas esmolas, cada peça tem uma história para contar.

Época Evento
Alta Idade Média (s. V–VIII)
Bolsa céltica / primeiros sacos Uso de pequenos sacos pendurados no cinto feitos de couro ou lã (bolsa). Guardavam objetos pessoais (joias, cosméticos). Indicam a continuidade do uso de bolsas perante a ausência geral de bolsos.
Período Viking / s. IX
Bolsas de Birka (s. IX) Exemplo arqueológico: bolsa viking de couro marrom de porcino (≈18×23 cm) que se fechava com alça. Mostra técnicas de corte e costura em couro para bolsas utilitárias.
Finais da Alta Idade Média – inícios da Baixa Idade Média (s. X–XI)
Escrinio de peregrino Aparecimento e generalização de bolsas/mochilas de peregrino (escrinio) penduradas no pescoço, contendo comida, roupa, utensílios, dinheiro e ex-votos. Elemento distintivo do peregrino medieval, frequente durante os grandes fluxos de peregrinação (s. XI–XIII em diante).
Alta Baixa Idade Média (s. XII)
Representações iniciais de esmolas Iconografia medieval antiga mostra esmolas penduradas no cinto (ex. efígie da rainha Berengaria, esposa de Ricardo I). Indica o uso visível da bolsa em contextos nobres e religiosos.
Pleno século XIII
Esmolas: função e luxo (s. XIII) A esmola, símbolo emblemático, é utilizada tanto para recolher esmolas como para guardar dinheiro e objetos quotidianos (rosários, pentes, lenços). Representações e descrições mais frequentes desde o s. XIII; versões nobres em veludo, seda e bordados com fio de ouro.
Gipsers e menções corporativas (s. XIII) Porta-moedas de couro (gipsers) com borlas de seda e decorações metálicas (latão). Em Paris (Livre des Métiers, s. XIII–XIV) documentam-se trabalhadoras de esmolas, e aparece a denominação de peças como “sarracenas”.
Sistemas de segurança (s. XIII) Inovações para proteger o conteúdo: aberturas ou “sangraduras” no sobreveste que dão acesso ao cinto interior onde se amarrava o porta-moedas, protegendo contra “cortadores de bolsas”. Começa a aplicação documentada do couro fervido (cuir bouilli) para peças mais rígidas e decoráveis.
Séculos XIII–XIV
Tasses / Tassettes e bolsas de luxo Bolsas mais ou menos grandes atadas à cintura (tasses/tassettes) que substituíam os bolsos. Elaboradas com sedas, fios de prata/ouro e técnicas de tapeçaria; por vezes decoradas com emblemas heráldicos ou motivos bizantinos (aves, cruzes, flores-de-lis).
Ofício de bolsista e produção têxtil (finais do s. XIII–s. XIV–XV) Documentação do ofício de bolsista (bursarie) desde finais do s. XIII. Na Barcelona gótica (s. XIV–XV) as bordadoras profissionais produziam bolsas e gandaias (redes-toucado), usando seda e fio de ouro; a especialização revela demanda aristocrática.
Século XIV
Bolsa de cinto de couro (s. XIV) Documentado um tipo de bolsa presa ao cinto por duas presilhas, associado exclusivamente ao uso masculino: as calças justas impediam levar objetos na roupa e favoreceram o uso de bolsas penduradas.
Século XV (e transição para o XVI)
Barjoletas e fechos metálicos (s. XV–XVI) Recipientes de couro para materiais pessoais (roupa, escritos, dinheiro, instrumental). No sul de Espanha (Córdoba) exige-se cordobão para barjoletas; muitas fechavam com fechaduras e cadeados de ferro com chave, aumentando a segurança.
Gandaias e moda tardio-medieval (s. XIV–XV) Gandaias (toucado em forma de rede que muitas vezes se usava com bolsas acessórias) e bolsas finas associadas à moda feminina e cortesã. A ornamentação com seda, ouro e pedras indica estatuto.
Uso generalizado e tipologias contínuas (s. XI–XV)
Alforges, sacas e contentores de transporte Para transporte de mercadorias e em viagens utilizam-se alforges, sacos, fardos e sacas feitos com tecidos grosseiros (serapilheira, estopa). Uso estendido entre mercadores, camponeses e artesãos durante toda a Idade Média.
Final da Idade Média: materiais e estatuto (s. XIII–XV)
Materiais e hierarquia social Materiais de alto estatuto: seda, veludo, fio de ouro e prata, pedraria e cordobão (couro de cabra). Materiais comuns: linho, lã, algodão, pele de vaca, peles pequenas (coelho, cordeiro), madeira talhada. As cores e a complexidade do adorno distinguiam imediatamente o estatuto social.
Proteção linguística e histórica O termo “escarcela” tem conotações medievais apesar da sua popularização posterior (s. XIX): originalmente aludia a uma bolsa pendurada na parte da frente do cinto, análoga a diversas carteiras e bolsas medievais.

Os Cinco Tipos de Bolsas Medievais Essenciais para Reencenadores

Mergulhe na história e descubra a funcionalidade e o simbolismo por trás destes acessórios.

1. A Esmola: Símbolo de Caridade e Estatuto

Bolsas tipo esmolas

A esmola, uma pequena bolsa presa ao cinto, era um objeto omnipresente na sociedade medieval. Utilizada tanto por homens como por mulheres, o seu propósito original era levar moedas para oferecer esmolas, mas rapidamente transcendeu essa função para guardar objetos quotidianos como rosários, pentes ou lenços. As versões para a nobreza e o clero eram confeccionadas com materiais suntuosos como veludo e seda finamente bordados com fios de ouro e prata, refletindo o alto estatuto do seu portador.

2. A Bolsa de Cintura (Girdle Purse): Um Acessório Universal

A bolsa de cintura, conhecida como “girdle purse”, era um tipo de bolsa com uma ou duas alças superiores desenhada especificamente para ser pendurada no cinto. A sua versatilidade tornou-a popular entre todas as classes sociais, embora o material e a decoração variassem enormemente. Desde humildes versões de couro de vaca ou camurça para o campesinato, até elaboradas peças de pele de veado ou porco, com detalhes ricos para a nobreza, estas bolsas eram um testamento da necessidade universal de levar consigo objetos pessoais.

3. Bolsas com Compartimentos Internos: a Eficiência Medieval

Bolsa tipo Redecilla

A organização era fundamental, mesmo na Idade Média. As bolsas com compartimentos internos, ou aquelas com pequenos sacos cosidos (pouchlets), eram muito valorizadas por comerciantes e artesãos para guardar moedas, selos ou pequenos instrumentos. Estes designs engenhosos, muitas vezes feitos de pele fina de vitela ou cabra, ofereciam uma solução prática para manter os objetos importantes seguros e organizados. Eram um acessório comum entre a crescente burguesia, que precisava de levar consigo ferramentas e dinheiro de forma segura.

4. A Mochila Medieval (Escrinio de Peregrino): Companheira de Viagem

Para os viajantes, peregrinos e soldados, a mochila medieval, frequentemente denominada escrínio de peregrino, era essencial. Com maior capacidade que as bolsas de cintura e providas de alças para os ombros, estas mochilas de couro resistente ou lonas robustas permitiam transportar cargas mais pesadas durante longos trajetos, aliviando a tensão na coluna vertebral. Continham desde comida e roupas até utensílios e ex-votos, sendo um elemento distintivo de quem empreendia grandes viagens.

5. A Bolsa Redecilla: Elegância para a Nobreza Feminina

As mulheres da nobreza medieval, sempre atentas à moda e ao luxo, optavam frequentemente pela bolsa redecilla. Eram delicados sacos de malha ou tecido, por vezes elaborados com finos fios metálicos de ferro ou bronze, e decorados com pedras preciosas ou pérolas. Eram perfeitos para levar objetos pessoais mais pequenos e adicionavam um toque de sofisticação ao traje. Não só eram funcionais, mas também realçavam o estatuto e a sofisticação de quem os usava.

Materiais e Estatuto Social: A Linguagem Silenciosa das Bolsas

No mundo medieval, o material e a ornamentação de uma bolsa falavam volumes sobre a posição social do seu dono. Enquanto as classes mais humildes optavam por pele de vaca, linho ou lã, os nobres exibiam bolsas de seda, veludo, pele de cabra (cordobão) ou pele de bezerro, adornadas com bordados suntuosos, fios de ouro e prata, e até pedras preciosas. As cores brilhantes e os intrincados designs heráldicos também eram sinais de riqueza e poder.

Esclarecendo dúvidas sobre bolsas medievais e renascentistas

Quais são as principais diferenças entre as bolsas medievais e as bolsas renascentistas?

As principais diferenças entre as bolsas medievais e as renascentistas refletem-se no seu estilo, materiais e finalidade:

  • Estilo e Design: As bolsas medievais eram mais simples e práticas. Com o aparecimento da vestimenta ajustada, as bolsas já não se penduravam na cintura e eram usadas externamente, sendo comuns os “bolsas de cinto” decoradas de acordo com o estatuto social. No Renascimento, as bolsas converteram-se em obras de arte, com designs mais elaborados e adornos como pérolas e pedras preciosas.
  • Materiais: As bolsas medievais faziam-se de materiais duradouros como o couro, enquanto as renascentistas também incluíam veludo e outros têxteis luxuosos.
  • Finalidade e Simbolismo: Na Idade Média, as bolsas tinham uma função prática, enquanto no Renascimento, também cumpriam um papel simbólico e estético, refletindo a moda pessoal e a riqueza.
  • Bolsas de mão: Durante o Renascimento, as bolsas de mão tornaram-se populares, refletindo o foco crescente na moda pessoal.

Que materiais eram mais comuns para fabricar bolsas medievais?

Os materiais mais comuns para fabricar bolsas na época medieval eram principalmente o couro, devido à sua resistência e durabilidade, assim como tecidos naturais como o algodão e o linho. Também se utilizavam peles de animais como veados ou porcos, especialmente em bolsas mais simples ou para pessoas de menos recursos. Para as classes mais abastadas, as bolsas podiam combinar couro com tecidos bordados e detalhes decorativos metálicos ou de veludo.

Como se decoravam as bolsas medievais de acordo com o estatuto social?

As bolsas medievais decoravam-se de acordo com o estatuto social do seu dono através de uma variedade de técnicas e materiais. A escolha dos materiais e da decoração refletia a riqueza e o nível social do proprietário. Por exemplo:

  • Materiais: As bolsas de couro curtido vegetal eram comuns entre todas as classes sociais, mas a nobreza podia optar por materiais mais exóticos ou de luxo, como tecidos finos ou adornos metálicos.
  • Decorações: As decorações incluíam estampagens em relevo, gravuras, estênceis, estampagem com cunhos, designs figurativos e decorações picotadas ou perfuradas. Estas técnicas permitiam criar padrões e motivos intrincados que simbolizavam a posição social do proprietário.
  • Estatuto Social: A classe alta utilizava bolsas com decorações mais elaboradas e materiais dispendiosos, enquanto as classes mais baixas optavam por designs mais simples e materiais acessíveis. Os adornos metálicos, como fechos e fivelas, também indicavam estatuto social, reservando-se os mais intrincados para a nobreza.

Em geral, a decoração das bolsas medievais era uma linguagem silenciosa que falava da riqueza e da posição social do seu dono na sociedade medieval.

Que tipos de bolsas eram mais populares entre os homens e as mulheres durante a Idade Média?

Bolsa, tipo mochila

Durante a Idade Média, tanto homens como mulheres utilizavam principalmente bolsas pequenas ou bolsas de cinto, já que a roupa em geral não tinha bolsos. Os homens costumavam levar estas bolsas ou porta-moedas presos à cintura, devido a que as calças justas impediam guardar objetos na roupa. As mulheres também usavam bolsas, mas com maior discrição, muitas vezes ocultas entre as dobras dos seus vestidos amplos ou túnicas.

Quanto a materiais e estilos, as bolsas mais comuns eram:

  • Bolsas de couro, especialmente pele de cabra para os mais abastados e pele de vaca para os menos abastados.
  • Esmolas, um tipo de bolsa pequena, muitas vezes usada por nobres para levar dinheiro.
  • Em alguns casos, especialmente entre a nobreza, utilizavam-se bolsas mais luxuosas adornadas com sedas, bordados de fio de ouro e prata, e até pedraria, influenciadas pela cultura bizantina.

A bolsa, nas suas distintas variantes, era um complemento funcional importante e também refletia o estatuto social, mostrando decoração e materiais de acordo com a posição económica do portador. Durante a Baixa Idade Média (séculos XI ao XV) o seu uso era mais visível e começou a integrar-se como um acessório que além disso assinalava a personalidade e o nível social.

Como a Revolução Industrial influenciou o design das bolsas medievais?

A Revolução Industrial não influenciou diretamente o design das bolsas medievais, já que estes dois períodos históricos estão separados por vários séculos. As bolsas medievais, que se utilizaram principalmente entre os séculos V e XV, caracterizavam-se por serem pequenas, decoradas e simbólicas, refletindo o estatuto social dos seus portadores.

No entanto, a Revolução Industrial, que começou no século XVIII, trouxe consigo mudanças significativas na produção de têxteis e acessórios. Estas mudanças permitiram o fabrico em massa e o uso de novos materiais, o que por sua vez permitiu uma maior variedade no design de bolsas durante os séculos XVIII e XIX. Embora esta revolução não tenha afetado diretamente as bolsas medievais, marcou o começo de uma era em que as bolsas se tornaram mais acessíveis e variadas em design.

A escolha de uma bolsa medieval é mais do que uma simples questão de estética; é uma viagem através da história, uma declaração de autenticidade que enriquece qualquer reconstituição. Conhecer estes cinco tipos essenciais permitir-lhe-á não só levar os seus pertences com estilo de época, mas também compreender melhor a vida e os costumes dos nossos antepassados.

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