Que história esconde o brilho de um sabre ao sol de desfile? O sabre do Exército Terrestre Espanhol não é apenas um complemento ornamental: é um emblema de autoridade, uma peça de artesanato e a testemunha silenciosa de gerações de oficiais que juraram defender a pátria.
Neste artigo descobrirá como evoluíram os seus modelos, que diferenças existem entre sabres de oficiais e suboficiais, que materiais e processos artesanais intervêm no seu fabrico e quando e por que se utilizam em cerimónias modernas. Guiá-lo-ei por cronologias, tabelas comparativas e dados técnicos que sustentam a tradição e a normativa atual.
Evolução do sabre no Exército Terrestre: marcos e modelos
A história do sabre no Exército Terrestre espanhol articula-se através de sucessivas normativas e modelos desde o século XIX até à padronização de meados do século XX, e continua na atualidade através de especificações técnicas para uso ceremonial e docente.
| Época | Evento |
|---|---|
| Século XIX — Regulamentação e modelos (1815–1891) | |
| 1815 | Os oficiais do Corpo de Artilharia usavam a espada de cinto como ordenança; o sabre era usado como arma de montar. A tropa dos regimentos montados de Artilharia utilizava os modelos de sabre aprovados para a Cavalaria ligeira. |
| 1833 | O “Prontuário de Artilharia” de Ramón de Salas menciona a lâmina da Espada de Oficial de Artilharia, fabricada em Toledo, com um comprimento de três pés. |
| 1850 | A obra “Artilharia, Aço e armas brancas” inclui o desenho da espada de cinto de Oficiais de Artilharia; indica-se que usavam o sabre de Oficial de Cavalaria, já que a Cavalaria havia adotado um modelo distinto. |
| Finais de 1855 | Adota-se um sabre para a Brigada de Artilharia a Cavalo, constituindo o primeiro “Modelo” específico de Artilharia; foram entregues 480 exemplares à Brigada. |
| 1856 (12 de março) | A adoção do modelo de 1855 é estendida a “todas as praças montadas do Corpo”. |
| 1856 (Tarifa da Fábrica de Toledo) | A tarifa inclui, além da espada de cinto, um “sabre de Oficial de Artilharia” (111 reais) e um “sabre de Oficial de Artilharia a cavalo” (130 reais). |
| Entre 1855 e 1861 | Existiam três tipos principais de sabres de Oficial de Artilharia: variantes “de Oficial” do sabre Md. 1855; sabres com lâmina alfange (aparecendo o referido como modelo 1861 em fontes ilustradas); e sabres com empunhadura de “sabre de tirantes”. |
| 1862 (17 de junho) | É aprovado o sabre de Oficial de Artilharia, modelo 1862, um “sabre de tirantes” com o emblema do Corpo gravado na guarda, apto para serviço a pé e a cavalo. |
| 1878 | Ordena-se a suspensão do fabrico do modelo 1862 para artilheiros montados; é substituído pelo sabre modelo 1860 da Cavalaria ligeira. |
| 1891 | Modifica-se o sabre de Oficial de Artilharia (Md. 1862) reduzindo a uma o número de anilhas na bainha. |
| República e padronização (1931–1943) | |
| 1931 (7 de maio e 27 de junho) | Após a proclamação da República, as empunhaduras que ostentavam a coroa real ou a flor de lis deviam ser substituídas pela coroa mural. |
| 1934 (2 de julho) | O emblema tradicional de canhões cruzados é substituído pela “bombeta” ou granada flamejante, sem coroa. Além disso, documenta-se o uso da variante espada-sabre Puerto-Seguro para Oficial de Artilharia com a coroa eliminada ou modificada. |
| 1943 (27 de janeiro) | O Regulamento de Uniformidade aprova um modelo de espada-sabre único para Chefes e Oficiais do Exército, pondo fim aos sabres específicos do Corpo de Artilharia. |
| Regulamentação moderna e uso ceremonial (2019–2024) | |
| Uso ceremonial (atual) | A entrega do sabre aos Cadetes na Academia Geral Militar (normalmente em outubro) simboliza a obtenção do título de Cavaleiro ou Dama Cadete e a condição de Oficial. O sabre é usado em formações e desfiles com armas, juramentos perante a Bandeira, rendições de comando e por alunos de centros docentes. |
| Normativa geral (DEF/2024) | O sabre deve ter uma lâmina reta tipo “Puerto Seguro” de aço polido, de acordo com a normativa geral mais recente. |
| 2019 (antes de 15 de setembro) | Caderno de especificações técnicas para o Sabre de Suboficial com bainha (Academia Geral Básica de Suboficiais, AGBS): pedido de 500 unidades. Especificações: comprimento total 940 mm (incluída bainha); lâmina polida e niquelada de 790 ± 5 mm, completamente reta; empunhadura lisa niquelada com o emblema do Exército (Cruz de Santiago esmaltada em vermelho) na cazoleta. |
| 2020 (antes de 16 de outubro) | Caderno de especificações técnicas para o Sabre de Oficial com bainha (Academia Geral Militar, AGM): entrega solicitada de 450 sabres (400 para alunos do Exército Terrestre e 50 para Corpos Comuns). Especificações: guarda-mão com o escudo do Exército em alto-relevo (águia com a Cruz de Santiago esmaltada em vermelho) e banho de ouro de 24 quilates; lâmina totalmente reta de aço inoxidável (tipo 1.4034) com comprimento 820 ± 5 mm; peso total 1.200 g (± 5%). |
Design, materiais e processos artesanais
Um sabre militar conjuga estética e funcionalidade. A lâmina, normalmente de aço inoxidável polido, busca um equilíbrio entre flexibilidade e resistência. A empunhadura e o guarda-mão são desenhados de acordo com o posto: niquelados para suboficiais, frequentemente com banho de ouro para oficiais.
Os processos são uma mistura de tradição toledana e controlos modernos: seleção do aço, forja, tempera, polimento e gravação a ácido. Cada etapa exige precisão para que a peça cumpra as normas técnicas e tenha o caráter ceremonial exigido.
Modelos oficiais e especificações técnicas
As academias militares recebem sabres com especificações precisas. Em termos gerais, os cadernos de encargos diferenciam o sabre de Oficial e o sabre de Suboficial em dimensões, acabamentos e ornamentos, mantendo a unidade de design exigida pelo Exército.
| Elemento | Sabre Oficial (AGM) | Sabre Suboficial (AGBS) |
|---|---|---|
| Comprimento total | 96 cm (aprox.) | 94 cm (com bainha) |
| Lâmina | Aço inoxidável 1.4034, reta, 820 ± 5 mm | Aço polido niquelado, 790 ± 5 mm |
| Empunhadura | Latão niquelado com banho de ouro 24 quilates; pomo com cabeça de leão | Niquelada, placas de pasta preta ou madeira conforme o modelo |
| Bainha | Aço carbono niquelado e cromado, 835 ± 5 mm | Aço niquelado, 815 ± 5 mm |
| Peso total | ~1.200 g | Sabre 710 g; bainha variável conforme o ponteiro |
- Sabre Oficial (AGM)
-
- Lâmina: 820 ± 5 mm, aço inoxidável tipo 1.4034.
- Guarda-mão: latão com banho de ouro de 24 quilates e escudo do Exército em alto-relevo.
- Peso aproximado: 1.200 g (sabre + bainha).
- Sabre Suboficial (AGBS)
-
- Lâmina: 790 ± 5 mm, niquelada.
- Empunhadura: lisa niquelada, placas de pasta preta ou madeira conforme especificação.
- Uso: alunos da AGBS em formações e desfiles.
Uso ceremonial e significado simbólico
Nos desfiles e atos protocolares o sabre expressa comando, honra e compromisso. A cerimónia de Entrega de Sabres na Academia Geral Militar é um ritual carregado de símbolos: o veterano entrega a lâmina ao novato, invoca-se o Decálogo do Cadete e apresenta-se o novo Cavaleiro ou Dama Cadete perante a Virgem do Pilar.
Cada elemento do sabre tem um pano de fundo: a guarda fala da justiça, o punho da verdade e a lâmina do dever. Em conjunto, conformam um emblema que sintetiza tradição e responsabilidade.
Réplicas e modelos disponíveis
Manutenção e conservação de uma peça ceremonial
Manter um sabre em condições ótimas implica limpeza periódica, proteção da lâmina e evitar a humidade na bainha. Óleos minerais ou de camélia e gorduras para armazenamento prolongado são soluções habituais; o objetivo é conservar o brilho e evitar a corrosão sem modificar os acabamentos decorativos.
| Tipo | Propriedades | Recomendação |
|---|---|---|
| Óleo mineral | Penetra bem e não atrai sujidade | Proteção regular da lâmina |
| Óleo de camélia | Natural, estável, sem ácidos | Proteção antioxidante e lubrificação |
| Massa de lítio | Densa e duradoura | Armazenamento prolongado |
Modelos históricos e sua relevância tática
Durante o século XIX e princípios do XX os sabres tiveram variantes para cavalaria, artilharia montada e oficiais. Alguns modelos buscavam o comprimento para estocar a cavalo; outros, como as lâminas tipo “Puerto-Seguro”, adaptaram-se à marcha e ao serviço a pé.
Resolva as suas dúvidas sobre os sabres do Exército Terrestre Espanhol
Qual é a história por trás do design dos sabres do Exército Terrestre Espanhol?
O design dos sabres do Exército Terrestre Espanhol tem uma história que remonta ao século XVIII e princípios do XIX, quando se diferenciaram claramente as armas de corte em função do tipo de tropa: a espada reta para dragões e a lâmina curva ou sabre para a cavalaria ligeira, com características adaptadas a manobras rápidas e cortes precisos. Estes sabres, forjados com técnicas artesanais tradicionais e aços de alta qualidade para combinar dureza e flexibilidade, tornaram-se armas funcionais e símbolos de honra e posto dentro do exército.
Em particular, o sabre espanhol foi muito utilizado durante a Guerra da Independência (1808-1814) e as Guerras Napoleónicas, destacando-se pelo seu design versátil que permitia rápidas ações montadas e feridas contundentes. A elaboração cuidadosa inclui detalhes decorativos e empunhaduras que refletem posto e unidade, como adornos dourados para oficiais, o que sublinha a sua importância não só prática mas ceremonial e simbólica.
O sabre oficial atual do Exército Terrestre continua esta tradição, elaborado com aço inoxidável polido, gravuras simbólicas e empunhaduras de latão niquelado que evocam o legado histórico e o respeito pela instituição militar espanhola.
Em resumo, os sabres do Exército Terrestre Espanhol são o resultado de uma evolução histórica que integra a funcionalidade militar, o artesanato tradicional e o simbolismo, refletindo tanto o espírito combativo como o prestígio atribuído aos seus portadores.
Que materiais específicos são utilizados no fabrico dos sabres do Exército Terrestre Espanhol?
Os sabres do Exército Terrestre Espanhol são fabricados principalmente com lâminas de aço inoxidável polido, que aportam resistência e durabilidade, e apresentam gravuras decorativas realizadas a ácido. A empunhadura é elaborada em latão banhado em níquel para resistência e acabamento sofisticado, e em alguns modelos de suboficiais a empunhadura pode ser de madeira escura com pomo e guarda banhados em níquel ou niquelados. Estes materiais combinam tradição, funcionalidade e estética adaptada ao posto do portador.
Como se diferenciam os sabres de oficiais dos de soldados rasos no Exército Terrestre Espanhol?
Os sabres de oficiais e os de soldados rasos no Exército Terrestre Espanhol diferenciam-se principalmente pelo seu design, materiais e uso ceremonial. Aqui estão algumas diferenças chave:
- Materiais e Ornamentação: Os sabres de oficiais costumam utilizar materiais mais nobres como marfim ou nácar, e são decorados com detalhes ornamentais como gravuras e adornos metálicos, que refletem o estatuto e a distinção dos oficiais. Em contrapartida, os sabres de soldados rasos são mais funcionais e menos ornamentados.
- Propósito e Design: Os sabres de oficiais podem ser mais leves e são desenhados tanto para o combate como para o uso ceremonial, enquanto os sabres de soldados são otimizados para o combate eficaz no campo de batalha.
- Uso Ceremonial: Os sabres de oficiais são utilizados frequentemente em eventos oficiais e cerimónias, onde o valor simbólico e estético é mais importante do que a funcionalidade bélica. Por outro lado, os sabres de soldados rasos focam-se mais na sua eficácia durante as batalhas.
Em resumo, embora ambos os tipos de sabres partilhem o propósito de serem armas de combate, os sabres de oficiais destacam-se pela sua ornamentação e uso ceremonial, enquanto os sabres de soldados rasos se concentram na funcionalidade e eficácia no combate.
Que processos artesanais são utilizados no fabrico dos sabres do Exército Terrestre Espanhol?
No fabrico dos sabres do Exército Terrestre Espanhol são empregados processos artesanais que combinam tradição e precisão técnica:
- Seleção e forja do aço: São utilizados aços especiais, selecionados para garantir durabilidade e resistência. O aço é forjado e temperado através de técnicas tradicionais para alcançar o equilíbrio adequado entre dureza e flexibilidade.
- Conformação da lâmina: A lâmina é moldada à mão, assegurando um fio eficaz e um perfil robusto, características essenciais para o uso militar.
- Acabamento e gravação: Após a forja, são realizados acabamentos artesanais como polimento e gravação a ácido, que podem incluir inscrições personalizadas de acordo com o posto ou a unidade.
- Fabrico da empunhadura e guarda: As empunhaduras e guardas são elaboradas artesanalmente, utilizando materiais de qualidade e aplicando detalhes decorativos que variam de acordo com o grau do oficial, desde designs simples para suboficiais até adornos mais elaborados e dourados para oficiais superiores.
- Montagem final: Todas as peças são montadas manualmente, assegurando tanto a funcionalidade quanto a estética do sabre, respeitando os padrões de qualidade e tradição militar.
Estes processos, herdeiros do artesanato toledano, garantem que cada sabre seja um objeto de prestígio, funcionalidade e simbolismo dentro do Exército Terrestre Espanhol.
Que simbolismo têm os sabres nas cerimónias e desfiles militares em Espanha?
Os sabres nas cerimónias e desfiles militares em Espanha simbolizam o comando, a autoridade, a honra e a oficialidade. Representam um vínculo com a tradição militar, sendo um emblema que os oficiais recebem como distinção e promessa de abraçar valores como o valor, a lealdade e o dever de defesa da ordem. Cada elemento do sabre possui um significado: o punho simboliza a verdade, a guarda a justiça e a paz, e a lâmina o dever e a legitimidade do uso da força. Nestes atos, o sabre não é apenas um complemento do uniforme, mas uma representação tangível da história, sacrifício e o compromisso militar.
| Tipo de óleo | Características principais | Uso recomendado |
|---|---|---|
| Óleo mineral | Alta penetração, não se degrada nem atrai sujidade | Proteção regular e manutenção |
| Óleo de camélia | Natural, livre de ácidos, não volátil | Proteção antioxidante, lubrificação |
| Massa de lítio | Densa, duradoura, não se evapora | Armazenamento prolongado, proteção |
Hoji, o sabre continua a ser uma peça que une passado e presente: uma lâmina forjada com critérios técnicos modernos e uma aura histórica que recorda a responsabilidade de portar um símbolo de comando. Se procura entender o seu peso simbólico ou as suas especificações, já tem as chaves para valorizar cada detalhe.
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