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Plumbata vs. Pilum: A Evolução do Armamento de Arremesso nas Legiões Romanas

Imagina um campo de batalha na Roma Antiga, onde uma chuva de projéteis marcava o início de cada confronto. As legiões romanas, famosas pela sua disciplina e adaptabilidade, aperfeiçoaram diversas armas de arremesso ao longo da sua extensa história. Duas das mais emblemáticas, o pilum e a plumbata, não são apenas objetos de estudo fascinantes, mas também nos permitem entender a constante evolução do exército romano desde o auge do Império até à sua queda.

Afinal, houve um declínio na qualidade do seu armamento, ou foi uma adaptação brilhante a novos desafios? Acompanha-nos a descobrir, explorando as diferenças, usos e evolução destas duas armas de arremesso que definiram o combate na Antiguidade.

O Pilum: O Golpe Certeiro das Legiões Clássicas

O pilum foi uma arma fundamental para o legionário romano durante séculos. Embora os primeiros exemplares claramente romanos se documentem por volta do século III a.C., é muito provável que o seu uso fosse anterior. Este formidável dardo tornou-se uma peça chave na forma de combate do exército manipular.

Como era um Pilum?

Em essência, o pilum era uma vara de ferro que terminava numa ponta piramidal, unida a um cabo de madeira. As suas dimensões oscilavam entre 1.5 e 2 metros, com um peso de 2 a 5 quilogramas. Um exemplo notável é a ponteira (parte metálica) de um pilum pesado encontrado em La Caridad (Teruel), datado por volta de 74 a.C., que mostra claramente a sua ponta piramidal e uma lingueta para a sua inserção no astil de madeira. Enquanto a plumbata podia medir entre 50 e 60 cm, o pilum podia medir entre 215 e 225 cm.

Pilum romano tradicional

O Mito do Pilum que se Dobrava

Certamente já ouviste o mito de que o pilum era desenhado para se dobrar ao impactar contra os escudos inimigos, inutilizando-os. Embora seja verdade que podia curvar-se ao chocar contra um objeto duro, isto não era um design intencional. A realidade é que eram fabricados com aço doce, um material dúctil que se deformava com o impacto. O que realmente fazia com que o pilum fosse tão eficaz para inutilizar escudos — capaz de atravessar até 3 cm de madeira — era a sua cabeça piramidal.

Uma vez perfurada a madeira, esta tendia a inchar, tornando extremamente difícil extrair a cabeça, que era maior que o astil. Se o pilum ficasse enganchado ao escudo, mesmo que não se dobrasse, o contrapeso da haste tornava-o ingovernável, obrigando o inimigo a soltá-lo e a ficar em desvantagem.

Uso Tático do Pilum

O alcance do pilum era limitado, apenas uns 30 metros. Devido a isto, acredita-se que os soldados das primeiras filas levavam um único pilum, enquanto os das filas posteriores poderiam portar um segundo. O lançamento de uma “chuva de pila” sumia o inimigo em confusão, um momento que os legionários aproveitavam para desembainhar as suas espadas e carregar, usando os seus escudos ofensivamente. O seu objetivo era quebrar o inimigo antes do choque direto, comparável a uma preparação de artilharia moderna. O pilum podia ferir diretamente o inimigo ou, ao cravar-se no escudo, torná-lo inutilizável ou imobilizar o seu portador.

A Lancea: Um Passo Intermédio

A expansão das fronteiras romanas e o aparecimento de cavalarias massivas nos campos de batalha orientais levaram ao desenvolvimento da lancea a partir do século I d.C. Esta arma, mais leve que o pilum e com uma ponta mais reduzida em forma de folha, podia ser usada tanto para arremessar como para brandir. Foi adotada pela cavalaria e depois pela infantaria auxiliar, muitas vezes levando uma e portando duas mais pequenas atrás do escudo.

A lancea oferecia um alcance maior, aproximadamente 80 metros, em comparação com o pilum, o que permitia aos legionários reagir antes ao fogo inimigo. Embora não tivesse a mesma capacidade de penetração que o pilum, o seu uso precoce aumentava a desordem nas filas inimigas.

A Plumbata: O Dardo Inteligente do Baixo Império

A verdadeira inovação do final do século III d.C. foi a plumbata, também conhecida como martiobarbulus (dardo de Marte). O seu nome, que significa “lança emplomada”, já nos dá uma pista da sua característica principal. A plumbata romana era uma espécie de flecha ou lança encasada num mastro com um chumbo que lhe dava peso e permitia ser lançada com a mão e atravessar os escudos inimigos.

Design e Tipos

A plumbata era um dardo ou flecha com um lastro de chumbo que lhe conferia peso e permitia lançá-la com a mão, conseguindo atravessar escudos inimigos. O tipo principal, a plumbata mamillata, tinha uma ponta afiada de secção circular com um lastro de chumbo bulboso por baixo, montada num astil de até 50 cm de comprimento e rematada com aletas na extremidade oposta. Existia outro tipo, a plumbata tribolata, que supostamente tinha pontas no lastro de chumbo para ferir os soldados que a pisassem, embora não se tenham encontrado evidências arqueológicas desta variante.

Plumbata romana

Uso e Efetividade

Cada soldado romano costumava levar até cinco destes projéteis na parte interior do seu escudo, prontos para serem lançados durante uma carga ou numa posição defensiva. Eram lançados com uma só mão e, segundo investigações de arqueologia experimental, podiam atingir até 60 metros. Esta distância é o dobro do alcance do pilum ou da lancea. Vegécio comparava os soldados que lançavam a plumbata com arqueiros, já que podiam ferir o inimigo antes que este entrasse no raio de ação dos projéteis convencionais.

A plumbata era uma arma de provada efetividade contra massas de infantaria. Os instrutores romanos punham uma grande ênfase no treino para aumentar a velocidade e força do lançamento. Ao início das batalhas, as tropas romanas desatavam uma verdadeira “chuva de projéteis” sobre o inimigo, o que era uma resposta eficaz às táticas defensivas de germanos, persas e sármatas. Isto obrigava as tropas inimigas a reduzir a sua velocidade e gerava desordem nas suas filas, permitindo aos legionários travar a ofensiva ou lançar um contra-ataque. A plumbata dotava as legiões romanas de um alcance que duplicava o do pilum, por ser mais curta e mais leve, sem impedir o legionário romano de usar ao mesmo tempo o seu escudo ou desembainhar rapidamente a sua espada.

Dardo romano Plumbata

Pilum vs. Plumbata: Uma Batalha de Adaptação

A evolução do pilum para a plumbata não foi um sinal de decadência, mas sim de uma constante adaptação aos novos cenários militares e aos novos inimigos que Roma enfrentava. O pilum era ideal para o choque frontal contra grandes massas de infantaria. No entanto, revelou-se menos eficaz contra a cavalaria couraçada de persas e godos. A lancea tentou cobrir esta necessidade, mas o seu alcance continuava a ser insuficiente face aos temíveis arqueiros a cavalo que povoavam as fronteiras orientais de Roma a partir do século III d.C. Foi então que a plumbata se tornou necessária, proporcionando aos infantes romanos um alcance sem precedentes sem impedir o uso do scutum (escudo) ou o rápido desembainhar da espada.

Característica Pilum Plumbata
Poder de Penetração Superior, capaz de atravessar escudos e ferir mortalmente. Bom, capaz de atravessar escudos e causar feridas severas, especialmente se o inimigo não estava couraçado.
Alcance Reduzido, aproximadamente 30 metros. Maior, até 60 metros.
Quantidade 1 ou 2 por legionário. Até 5 ou 6 por legionário, o que permitia uma maior quantidade de projéteis iniciais.
Uso Principal Arma de choque antes do combate corpo a corpo contra infantaria. Arma ofensiva e defensiva, que permitia à infantaria pesada combinar papéis com os atiradores. Eficaz contra cavalaria.
Inutilização A sua ponta piramidal dificultava a sua extração do escudo, ou podia dobrar-se. Não se menciona que se dobrava, mas a sua lastragem de chumbo e design contribuíam para a sua efetividade.
Custo Alto, devido à sua fabricação. Não se detalha, mas o seu tamanho reduzido e design em série poderiam sugerir um custo menor.
Evolução Arma padrão desde a República até ao século II d.C. Surgiu nos séculos III-IV d.C., prevalecendo sobre o pilum.

 

Embora o pilum fosse uma arma superior em termos de poder de penetração e capacidade para inutilizar escudos, a plumbata tornou-se a arma de arremesso principal porque permitiu uma maior quantidade de projéteis e um alcance efetivo mais longo. Esta mudança reflete uma adaptação tática: de um foco mais ofensivo para um mais reativo e defensivo, face a novos tipos de inimigos.

Mais Além das Armas: A Adaptabilidade Romana

O estudo do armamento romano, desde o pilum até à plumbata, demonstra-nos que o exército romano do Baixo Império não decaiu em qualidade. Embora as armas mantivessem certa continuidade, a panóplia romana manteve-se num contínuo processo de adaptação aos novos cenários militares e aos desafios impostos por novos adversários. Não se tratava de um enfraquecimento, mas sim de uma evolução tática para manter a sua efetividade.

Em resumo, as armas de arremesso romanas são um testemunho da constante inovação e adaptabilidade do exército mais formidável da Antiguidade. Cada arma, à sua maneira, foi uma peça chave na incessante busca de Roma pela vitória no campo de batalha. Se te apaixona a história militar de Roma e o seu incrível arsenal, não podes deixar de explorar as réplicas históricas destas armas que marcaram uma era.

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